Nuvens
gigantescas no céu
Separadas
num fundo azul
Brancos
algodões doces
Suspensos
no ar seco
São
fantasias ensolaradas
Que
ironizam a sede do Oeste
Tanta
doçura, tanta pintura
Nenhum
pedaço doce do céu
Para
cair na garganta seca
Do
rapaz urbano que desconhecia
A
aridez empoeirada do Oeste da Bahia
A
vida aqui é sentida
A
saudade da família vira coisa infinita
Os
olhos se desviam dos lados
Onde
a miséria tem barriga
E
o céu tripudia
Com
suas nuvens-fantasias
Nas chapadas diamantinas
O
sol se esconde
Mas
os cumes montanheses
Não
protegem a pele curtida
Do
humano comum de três dentes
Nem
da criança de 05 anos
Acordada
cedo para o batente
Um
gole de cachaça
Para
suavizar essa pirraça
Sol,
Céu Azul, Nuvens Brancas
Nenhuma
praia
E
um mar de desgraças
No
fundo azul do céu
Uma
reposta de literatura de cordel
De
nada adianta tanta esperança
Se
a farsa política continua
E
em cada parte do Oeste
Tem
um Monarca que manda
Passa
o vento, poeira levanta
Repete-se
essa cena durante anos
E
o Oeste Baiano prossegue
Com
seus Antônios e Conselheiros
À procura de
revolucionários do desespero