terça-feira, 30 de abril de 2013

OLHAR DISTRAÍDO



Nuvens gigantescas no céu
Separadas num fundo azul
Brancos algodões doces
Suspensos no ar seco
São fantasias ensolaradas
Que ironizam a sede do Oeste

Tanta doçura, tanta pintura
Nenhum pedaço doce do céu
Para cair na garganta seca
Do rapaz urbano que desconhecia
A aridez empoeirada do Oeste da Bahia

A vida aqui é sentida
A saudade da família vira coisa infinita
Os olhos se desviam dos lados
Onde a miséria tem barriga
E o céu tripudia
Com suas nuvens-fantasias

Nas chapadas diamantinas
O sol se esconde
Mas os cumes montanheses
Não protegem a pele curtida
Do humano comum de três dentes
Nem da criança de 05 anos
Acordada cedo para o batente

Um gole de cachaça
Para suavizar essa pirraça
Sol, Céu Azul, Nuvens Brancas
Nenhuma praia
E um mar de desgraças

No fundo azul do céu
Uma reposta de literatura de cordel
De nada adianta tanta esperança
Se a farsa política continua
E em cada parte do Oeste
Tem um Monarca que manda

Passa o vento, poeira levanta
Repete-se essa cena durante anos   
E o Oeste Baiano prossegue
Com seus Antônios e Conselheiros
À procura de revolucionários do desespero